Plantio sustentável
Esses eram da horta do Renan Cancino, vinhateiro dos doidões que está fazendo um pãtza trabalho de revitalização biodinâmica da agricultura e modo de vida tradicionais, em seu vilarejo natal, Sauzal. É dele o vinho Huaso de Sauzal, um dos meus preferidos do Chile.
Esse aqui é uma das variedades crioulas chilenas, que assim como no mundo inteiro, faz parte de um resgate de sementes antigas e autóctones de cada região. O Chile, assim como o Brasil, também abriu mão de muitos de seus tomates, seus milhos e suas sementes tradicionais para partir para o cultivo industrial de monovariedades, algumas delas geneticamente modificadas. Com maior rendimento ( relativo ), segurança ( relativo ) e lucro ( também relativo ), o que vemos hoje no mundo é a proliferação de variedades únicas das espécies.
Tem gente que acha que milho só é amarelo e tomate só é vermelho, por incrível que pareça.
Na luta contra o desaparecimento das variedades tradicionais e o desaparecimento de uma estrutura agrária baseada em produções pequenas, locais, organicas e sustentáveis ( que é mais saudável pro corpitcho e também para a estrutura social e econômica, uma vez que você minimiza os intermediários entre a comida e o prato ), está a galera do plantio orgânico, agroecológico, biodinâmico, natural.
E plantio vai de tomates a uvas. Afinal, tudo começa na terra.
Produção baseada na mão de obra humana e qualificada por conhecimentos tradicionais, não utilização de insumos químicos e não dependência da indústria agroquímica, produção e consumo local – o que viabiliza preços menores, maior qualidade e maior frescor, além de claro, fortalecimento das tradições alimentares e da variedade das espécies autóctones.
É mais ou menos isso que você está incentivando quando compra um tomate orgânico ou planta sua salsinha em casa.
É. Pois é. Plantio e comércio sustentável não tem a ver com look hipster ou dieta da modinha.