Nós e a comida.
Já imaginou se quando desse vontade de comer alguma coisa você tivesse que cozinhar sua própria refeição, inteirinha, do começo ao fim?
Deu vontade de se entuchar de doce de leite? Ok, faça você mesmo o doce de leite. Deu vontade de se entupir de batata frita? Ok, compre as batatas, descasque as batatas, frite as batatas. E nem estou dizendo pra você tirar seu leite e plantar suas batatas.
Pois é. Puta trampo. Dá até preguiça. Mas é por isso mesmo que a alimentacao hoje em dia anda tão desregulada. Vivemos numa sociedade onde já não temos ( e não nos permitem ) ter tempo pra comer, cozinhar ou produzir nossos alimentos. Não nos sentamos mais na mesa. Não preparamos nossa própria comida.
Não estou falando pra sair da cidade, começar a plantar sua comida e se alienar do mundo ( ok, eu estou nesse caminho, mas sei que sou mais radical que a maioria). Mas sem radicalismos, porque não tentar cozinhar mais em casa? Esquecer o celular e conversar com seus familiares na mesa? Em vez de sair de casa, fazer almoços deliciosos de domingo? Esquecer os pacotinhos, os enlatados, as pets, os congelados, o microondas? Só um pouco?
Conheço muita gente que acha que cozinhar é só pra quem “sabe”. E não cozinha, pois é mais rápido e prático comer fast food, lanches ou industrializados em geral.
Pior ainda, tem gente que acha que cozinhar é coisa de gente antiga, ultrapassada, de mulher dona de casa. Infelizmente as próprias mulheres hoje em dia parecem ter orgulho de terem esquecido ou não aprendido como fazer sua refeição. É moderno, eu trabalho, não tenho tempo, então não sei cozinhar. Galera, acorda. Nem homem nem mulher tem que encarar a comida como tarefa de submissão ao sexo oposto ou como tarefa secundária, sem valor. Pelo contrário.
Não há nada mais engajado, mais social, mais consciente e mais moderno que assumir o controle da própria comida. Que saber fazer ou de onde vem. De poder ter informação suficiente para fazer escolhas saudáveis, baratas e gostosas. Seja você homem ou mulher, saiba você cozinhar ou não. Estamos falando de saúde do corpo e da mente: e “o que” e “a maneira” com que nos alimentamos é essencial.
