Sustentabilidade, Divagações

Alimentação, saúde, tempo & cozinha.

Ninguém disse que comida saudável e natural ia ser fácil e rápido igual abrir um pacote e colocar no microondas. Olha eu aqui, hoje mesmo, que peguei as coisas da horta, centrifuguei o suco, depois cortei os legumes e preparei o almoço enquanto tomo o café da manhã. Aliás, parte do sucesso das comidas prontas e congeladas é esse mesmo – você não “perder tempo” preparando os alimentos. Mas sabe quanto tempo demorou tudo isso? Entre o suco e o bandejão já no forno, menos de meia hora.

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Sem fila de supermercado, sem trânsito. São escolhas na vida. Eu prefiro gastar meu tempo plantando, colhendo e principalmente preparando os alimentos – ao invés de pegar trânsito, fila pra pagar e depois fila no médico pra tentar consertar o corpo que a alimentação ruim estragou.

Ok. A maioria não tem uma hortinha pra chamar de sua? Não. Mas tem uma cozinha e duas mãos para preparar sua comida. Fora que essa coisa da comida industrializada afeta até áreas rurais: já vi muito cara de campo que cultiva um monte de coisa legal e depois abre um pão de pacote, um requeijão e uma lata de milho pro almoço.

Então não é só a questão do “se eu pudesse eu faria”. Tem muito lobby, muito marketing, muita grana, muitos interesses envolvidos para fazer com que a gente consuma mais empacotados e enlatados que produtos cultivados. A galera do campo muitas vezes acha que comer o que cultiva não tem “status”, não é tão legal. Abrir uma latinha de refrigerante muitas vezes demonstra mais poder numa sociedade industrializada do que Ninguém disse que comida saudável e natural ia ser igual abrir um pacote e colocar no microondas. Aliás, parte do sucesso das comidas prontas e congeladas é esse mesmo – você não “perder tempo” preparando os alimentos. Eu prefiro gastar meu tempo plantando, colhendo e principalmente preparando os alimentos – ao invés de pegando o carro pra ir no supermercado, pegando fila pra pagar, e depois pegando fila no médico pra tentar consertar o corpo que a alimentação ruim estragou. A maioria não tem uma hortinha pra chamar de sua? Não. Mas tem uma cozinha e duas mãos para preparar sua comida.

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Fora que essa coisa da comida industrializado afeta até áreas rurais: já vi muito cara de campo que cultiva um monte de coisa legal e depois abre um pão de pacote, um requeijão e uma lata de milho pro almoço. Então não é só a questão do “se eu pudesse eu faria”. Tem muito lobby, muito marketing, muita grana, muitos interesses envolvidos para fazer com que a gente consuma mais empacotados e enlatados que produtos cultivados. A galera do campo muitas vezes acha que comer o que cultiva não tem “status”, não é tão legal. Abrir uma latinha de refrigerante muitas vezes demonstra mais poder numa sociedade industrializada do que Ninguém disse que comida saudável e natural ia ser igual abrir um pacote e colocar no microondas. Aliás, parte do sucesso das comidas prontas e congeladas é esse mesmo – você não “perder tempo” preparando os alimentos. Eu prefiro gastar meu tempo plantando, colhendo e principalmente preparando os alimentos – ao invés de pegando o carro pra ir no supermercado, pegando fila pra pagar, e depois pegando fila no médico pra tentar consertar o corpo que a alimentação ruim estragou. A maioria não tem uma hortinha pra chamar de sua? Não. Mas tem uma cozinha e duas mãos para preparar sua comida. Fora que essa coisa da comida industrializado afeta até áreas rurais: já vi muito cara de campo que cultiva um monte de coisa e depois abre um pão de pacote, um requeijão e uma lata de milho pro almoço. Então não é só a questão do “se eu pudesse eu faria”. Tem muito lobby, muito marketing, muita grana, muitos interesses envolvidos para fazer com que a gente consuma mais empacotados e enlatados que produtos cultivados. A gente até desaprendeu a cozinhar nas últimas décadas. Me diz quem, sem ser aspirante a chefinho com cara de mal, ainda reúne a galera pra comer e cozinhar? Poucos. Quem são as mulheres que ainda preservam as receitas de família? Poucos. Quem são os homens que se viram nos trinta e preparam as refeições? Poucos. Com exceção dos que fazem pois é “legal” cozinhar, a galera esta esquecendo como se pilota um fogão. Daí fica realmente mais fácil pedir, comprar, já pegar tudo pronto.

Mas o grande problema é que você está terceirizando a escolha do que você come, delegando a decisão mais importante ao longo do seu dia para outra pessoa.

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Você é sim o que você come – e a maioria está abrindo mão do seu livre arbítrio alimentar para dar de bandeja na mão da indústria alimentícia – que, me desculpe, só está interessada em que você consuma mais os produtos em prol de lucro. Fim das contas: menos dinheiro no bolso e menos saúde mental e física para você.

Claro que é mais “cômodo” ir num supermercado e já comprar tudo embaladinho. Já ouvi muita reclamação de gente que recebe em casa ( recebe em casa, sim, nem estamos falando de plantar ) sua cesta orgânica e fica com preguiça de lavar e cortar tudo aquilo. Então pra “facilitar” pegamos o carro, gastamos horas no trânsito, horas na fila do mercado, compramos coisas que não precisamos, uma boa dose de industrializados e aditivos químicos ( além de muito açúcar, sal, gorduras e conservantes ) , voltamos pra casa e fazemos o jantar “rapidinho”. Uhu. Ganhamos tempo.

Fazer compras e se alimentar com “eficiência”, assim como ter alimentos sempre já prontos no congelador/microondas é um dos pontos chave de uma sociedade de consumo voltada para a produção, onde o tempo utilizado com a alimentação é encarado como perda de tempo. Escolher, preparar, comprar e até mesmo comer estão renegados a atos menores e que te levam a “gastar tempo”. Tempo que você poderia estar fazendo coisas mais úteis, como por exemplo, consumindo mais, produzindo mais, comprando mais, olhando no celular, trabalhando mais. É, colocando assim qualquer um se sente um hamster dentro de uma rodinha. Mas é meio isso mesmo.

A gente às vezes não se dá conta como estamos ligados no automático e perdemos não só a conexão com a nossa alimentação, como o real sentido dela: prazer, nutrição, afeto, convívio social.

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Levantamos, tomamos café, comemos ( estamos com fome mesmo?), vamos trabalhar correndo. Almoçamos rápido qualquer coisa ( era isso mesmo que queríamos comer? ) e voltamos pra trabalhar. Nos enfiamos o dia inteiro em escritórios, salas, computadores e celulares, depois nos enfiamos em salas com ar condicionado para correr na esteira olhando uma tela de televisão. E aí não sabemos porque nos falta atividade física, animo, equilíbrio ou vitamina D. Enchemos a geladeira com comidas prontas, os armários com pacotinhos, tentamos economizar o máximo pois orgânicos são mais caros – e daí pagamos um rim em convênios médicos e em remédios quase diários. Alergias, intolerâncias, desequilíbrios físicos, psicológicos e emocionais se tornaram tão correntes que achamos normal.

Quanto menos tempo gastamos com nossa alimentação ( e nossa saúde mental e física ), mais tempo gastamos doentes ( mental e fisicamente). Escolher o que comemos é um ato de respeito próprio, respeito aos outros, ao meio ambiente.

É um ato pessoal, social, econômico e utópico, numa sociedade que impõe padrões até mesmo para o ato de se alimentar. Pare. Pense. Reflita. Você tem ao menos três chances ao dia para fazer as escolhas certas – para sua saúde e para a saúde do mundo em que você vive.

30/11/2017
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