Milho crioulo
Uma amora gigante? Não! Um milho preto lá do xingu, da tribo kuikuro.
Foi um amigo que trouxe e me deu me presente ( campanha do ano “não sabe o que me dar de presente, me dê sementes!” Rs ).
Todo mundo liga tradição indígena com mandioca, mas o milho também é parte importantíssima das nossas raízes culturais. Pois é. Não é só de Peru e México que se faz o milho. Nós temos um monte de variedades autóctones Brazilzão afora, uma mais interessante que a outra.
Esse tipo de semente, autóctone, de tradição local, que não é o blockbuster milho amarelo americano transgênico ( que infelizmente muita gente acha que é o único tipo de milho que existe na vida ), é o que chamamos de milho “crioulo”.
Ah, entenderam agora a tal farinha de milho crioulo que eu vivo falando? Pois é. É uma farinha feita de milho local, não transgênico, de variedade autóctone.
Um dos grandes problemas do milho, hoje, é que as variedades autóctones estão sendo “varridas” pelas variedades transgênicas. Num primeiro momento, pois se vende a ideia de que é mais rentável e seguro. Num segundo momento, pois o milho faz cruza por pólen, e os genes dos milhos transgênicos acabam “voando” por aí e infectando os milhos de variedade tradicionais.
Por isso, pense bem antes de comer sua pipoca, seu bolo de milho, se entupir de milho verde e de cuscuz na festa junina. Você pode estar contribuindo para a extinção de várias espécies vegetais por aí.
Milhos e plantas não tem olhinhos e não causam tanto impacto psicológico nos seres humanos ( ou na maioria ) quando baleias e elefantes sendo extintos. Mas a importância de não deixarmos elas desaparecerem do mapa é exatamente a mesma.
Pergunte na mercearia, procure na internet. Com certeza você vai achar produtos de milho que não sejam transgênicos por aí, e de quebra vai estar ajudando pequenos produtores que ainda cultivam variedades tradicionais.