Queijinhos, ricota, iogurtes: fermentando em casa com leite que “passou”
Um paninho, uma peneira, uma leiteira, dois litros de leite que “passaram do ponto”. Vira um queijinho dos deuses. Sem absoluta técnica queijeira nenhuma, sempre que fica sambando uns litros de leite na geladeira, ou faço iogurte, ou faço esses queijinhos.
Tinha dois litros de leite que ganhei de presente, um de vaca Gir e outro de vaca Jersey, de pasto. Tomei um pouco, mas embora eu ame leite, não consigo tomar o litro inteiro. O que restou nas garrafas, acabou “passando” na geladeira. Abri e estava com aquele cheirinho já bem azedo.
Como fiz uma vez e deu certo, repeti: peguei esse leite já com grumos coalhados, coloquei na panela, aqueci. Quando vai levantar um pouco da fervura, os grumos se juntam e formam uma maçaroca grudenta por cima do soro, que fica em baixo. Daí eu tiro, coloco nessa peneira forrada com um paninho fino, e deixo sorar mais um pouco. Fica um híbrido de coalhada e mussarela bem interessante. E não requer pratica nem habilidade. Mesmo.
O interessante de fazer queijinhos, coalhadas e iogurtes caseiros é que se um lado você aproveita o leite que “estragou”, de outro acaba fazendo um produto fermentado que é até mais fácil de digerir que o leite puro ( quanto mais fermentado e curado o leite, mais fácil de digerir. Por isso que até os intolerantes à lactose, dependendo do caso, podem consumir os derivados sem tanto problema ).
Com o soro do leit, você pode fazer uma série de lactofermentados ( pepinos, cebolas, alhos, nabos em conserva ), que são ótimos alimentos em sabor, são maior longevidade a legumes e verduras que poderiam estragar se não fossem consumidas e além disso são excelentes probióticos ( ajudam a preservar ou recuperar a flora intestinal, importantíssima para a nossa saúde ).
Os fermentados lácteos em geral, por conta do ácido lático que se forma na fermentação, acabam sendo alimentos de digestibilidade mais alta que os alimentos de leite puro ( que acabam tendo a lactose, que é um açúcar, mais presente que depois de fermentados ), e ainda dão um up na absorção das vitaminas desses alimentos.
Detalhe: leite cru de bicho solto, com alimentação natural, sempre. Leite de caixinha não é leite de verdade.
Pra saber mais sobre lactofermentação e outras coisitas más, dê um pulo no site da Pat Feldman:
http://pat.feldman.com.br/os-beneficios-da-lacto-fermentacao/