Viagens

México, quarto dia: mais cenotes, Valladolid e longanizas.

 Quarto dia, mais cenotes, mas já no caminho de Chichen Itza. Dois cenotes, Valladolid, almoço no caminho. Pra chegar em Piste pela noite, dormir e poder visitar Chichen Itza no outro dia de manhã. 

 

….. Cenote Xkeken. Ui. Coisa abusrda de linda. 

Embaixo, o sistema dos cenotes, a grande maioria interligada por baixo da terra. Alguns cenotes são abertos para visitação de turistas leigos. Outros, somente para profissionais. Mesmo entremos profissionais, vez ou outra acontece de alguém se embrenhar pelos labirintos e… se perder pra todo sempre, pois não consegue achar o caminho de volta. 


Esses lagos e rio subterrâneos eram usados pelos Maias para locomoção de um lugar para outro e também para abastecimento de água doce. Alguns, como o de Chichen Itzá, eram usados também para sacrifícios. 

….. Os cenotes da região de Valadollid são do tipo “grutas”. Você entra numa caverna e lá embaixo tem um lago lindo, azul, entrecortado por luzes que vem de cima.

Tequila orgânica? Na mala. Chocolate artesanal Maia 100%? Mescal com larvinha? Na mala. 

Tamales estômago adentro. 

Tamales é nossa versão da pamonha. Aqui ( talvez tenham me dito que eram tamales mas não eram ), um de milho moído grosso, com farinha de milho, pedacinhos de frango, tomate e cebola. Cozido em folhas de amêndoas no forno a lenha e vendido em bacias de plástico por mulheres nas ruas de Valladolid. 

Empilhadinho de tamales ( acho que não são, mas a vendedora me disse que eram, então estou reproduzindo a fala ) feitos com milho grosso, farinha de milho, frango, cebola e tomate, assado em lenha com folhas de amendoeiras. Foi meu café da manhã tardio, duas da tarde, depois de um café mexicano coado e um chocolate 100% cacau feito artesanalmente. Delicia de dieta.

Valladolid é conhecida também pelos bordados. Aqui no mercado de artesanato, pertinho da catedral, encontramos várias lojinhas de blusas, tecidos, vestidos, todos bordados ( a maioria ) à mão, pelas mulheres da região.

Depois de fazer estoque de blusinhas mexicanas, puxei papo com uma das senhoras que estava bordando os tecidos, sentada na calçada. Não entendi nada do que ela falou. Sua filha veio falar comigo, em espanhol, dizendo que sua mãe não falava nenhum outro idioma que não o “maia”. Pois é. Por ser uma língua escrita, o Maia se manteve até hoje, com variações de região, mas preservado pelas comunidades tradicionais.

Café de los Frailes: uma pequena joia no meio da Calzada de los frailes, em Valladolid. A rua é super bonitinha com casas ao estilo colonial, restauradas. Valladolid foi fundada 1545. 

Aqui no café, coado de grãos mexicanos, chocolates artesanais de médica e mel com cacau e cardamomo de veracruz. Um mimo. Tem também uma perfumaria. 

Vale parar e tomar um cafezinho, olhando à vista do pátio e descansando do calor escaldante numa das mesinhas com ar condicionado Salvador. 

Café coado de grãos mexicanos, chocolate artesanal com rosa mosqueta, mel de cacau e mel de cardamomo de Vera Cruz. Delicia de café da tarde aqui no Café de los Frailes, em Valadolid. 

De quebra, leitura de livros sobre as ervas medicinais maias e as abelhas meliponas de olhos azuis sem ferrão.

Ainda em Valladolid, visita na mini fábrica de chocolates artesanais Chocol Haa. Chocolates orgânicos e feitos ao estilo Maia: grãos fermentados, torrados e depois macerados em pranchas de pedra. 

Com essa pasta, eles fazem barrinhas com mel e sal, mel e orégano ( juro que combina ), além do clássico 100%, purinho.

A bebida tradicional era feita com essa pasta de cacau e água. No máximo, com mel e pimenta.

Essa água com pasta de cacau, turva e escura, davam o nome de “Chocol haa”: que significa água suja. Quem diria, né?! Rs 

O mel também é artigo local. Existem vários aviários de abelhas normais e de abelhas meliponas, as tais das abelhas maias de olhos azuis, sem ferrão. Considerada sagrada pelos maias, faz um mel medicinal é caríssimo até hoje: cerca de 250 reais um litro. Estou levando 50ml……. 

Porco e longanizas caseiras feitas no fogão a lenha, tomates amassados na pedra com pimenta, tortillas feitas à mão com gordura de porco e feijões pretos. Puta rango por 50 reais, duas pessoas, na estrada. Dica da fábrica de chocolates Maia. 

Na fábrica de chocolates artesanais maia, perguntei onde se poderia comer por ali, autêntico, gostoso, barato. Ele foi categórico: na estrada, num micro povoado, havia uma “tia” que ainda fazia as coisas nos fogões a lenha, com cozimentos lentos, as tortillazitas à mão e usando gordura de porco. Precisa de mais? 

Cerca de 15 minutos de carro, saindo de Valladolid em direção à Merida, você encontra o povoado de Cuncunul. Ali, o restaurante La Tia de Cuncunul. Estilo pé sujo de beira de estrada, não é lá muito convidativo com as mesinhas vermelhas da coca cola.

Mas lá dentro, as mulheres estão escolhendo os feijões que colheram no quintal de casa e amassando as tortillazitas a mão, assadas na lenha e lambuzadas com gordura de porco.

Tomates amassados na pedra com cebola e coentro, tomates amassados com três pimentas. Sopinha de feijão preto, filés de porco fritos e….. Longanizas caseiras. 

As longanizas são embutidos típicos mexicanos, mas aqui na região de Valladolid são diferentes das demais. Feitas das tripas do intestino delgado do boi, é uma mistura de carnes de boi e porco, temperada com colorau, vinagre, pimentas, cravo, orégano, tabasco, cominho e alho. 

Sua criação data do século XIX, por Felipe Perez Vasquez. As carnes tem que ser moídas a mão, na pedra. Depois, são defumadas na brasa. 

Cafezinho de grãos mexicanos orgânicos de Veracruz, coado e moído na hora. Leve, aromático, saborosíssimo. 

A outra opção era um nespresso. Aliás, a única opção era um nespresso. 

Mas daí bati um papo com o mocinho e ele resolveu me servir o café que ele bebia, atrás do balcão, trazido de casa, e não o que ele servia pros clientes. 

Maldito nespresso. 

Juro que era só café que a gente estava bebendo…. Rs

5/5/2016
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