Cambuci: frutinha de São Paulo
Uhuuu!
Chegaram minhas mudinhas de Cambuci, ou Campomanesia phaea para os íntimos.
A Cambuci é uma frutinha típica aqui da Mata Atlântica de São Paulo. Em tupi-guarni, “kãmu-si” é algo como pote de água – pois o formato meio de disco voador verde era parecido com os potes de água que eram feitos pelos índios ( pelo menos é isso que contam ).
Ela virou símbolo da sustentabilidade e do resgate de espécies nativas, principalmente de São Paulo e da Mata Atlântica, pois quase caiu na extinção, por causa da extração madeireira – e pior – no esquecimento das pessoas. Embora tenha voltado com força total nos últimos anos por conta dos esforços de muita gente – inclusive chefe de cozinha – o seu consumo ainda está muito longe do dia-a-dia das pessoas da cidade grande. São tradicionais as geléias, as compotas, os chás e a cachaça com cambuci. Os índios já conheciam essa frutinha, e depois os tropeiros a adotaram – principalmente com a cachaça, claro. Ela é nativa de toda a serra do mar, e deu até nome para um bairro…. o bairro do Cambuci, obviamente. Além das preparações tradicionais, pelo seu azedinho que lembra um parente de goiaba, limão e jabuticaba, dá pra pirar no Cambuci: farofa, doces, pratos salgados, molhos, conservas, iogurte, suco, saladas.
“Possui tanino, substância empregada no tratamento de bronquite, tosse e coqueluche. Ainda é composto por vitamina A (boa para visão), complexo B (ajuda na memória) e ferro”. É rica em vitamina C, com propriedades antioxidantes e adstringentes que retardam o envelhecimento e fortalece o sistema imunológico, além de combater o colesterol. Tem altos teores de lipídios, carboidratos e proteínas, além de grande quantidade de ácido ascórbico.” (As Incríveis 50 Frutas e seus Poderes Medicinais, Lelington Lobo Franco).
Pacas, antas, cachorros do mato são alguns dos animais responsáveis pela disseminação dessa árvore: eles comem os frutos e as sementes descartadas dão origem a uma nova mudinha. E as aves, claro.
